Imposto sobre Painéis Solares Sobe de 9,6% para 25%
Imposto sobre Painéis Solares Sobe de 9,6% para 25%
O governo brasileiro, por meio do Comitê Executivo de Gestão (Gecex), anunciou uma medida que está gerando intensos debates no setor de energia solar: o aumento do Imposto de Importação sobre módulos fotovoltaicos, que passou de 9,6% para 25%. Imposto sobre Painéis Solares Sobe de 9,6% para 25%, A decisão, que visa fortalecer a indústria nacional, está sendo criticada por especialistas devido aos possíveis impactos negativos para a economia, o meio ambiente e o consumidor final.
Energia Solar: Pilar da Transição Energética
A energia solar desempenha um papel crucial na transição global para fontes renováveis e sustentáveis. Porém, o aumento da alíquota sobre os painéis solares, implementado em um momento crítico de discussões climáticas durante a COP 29 no Azerbaijão, pode comprometer a imagem do Brasil como líder na adoção de energia limpa.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) manifestou preocupações em relação à medida, apontando as seguintes consequências:
- Aumento de custos: Com a alta do imposto, o preço dos sistemas solares deve subir, tornando a energia fotovoltaica menos acessível para consumidores e empresas.
- Redução de investimentos: Investidores podem redirecionar recursos para mercados mais estáveis e competitivos.
- Fuga de capital: A instabilidade nas políticas públicas desestimula grandes investidores a permanecer no Brasil.
- Impactos inflacionários: Setores dependentes de energia solar podem enfrentar aumentos de custos, pressionando a inflação.
- Fechamento de empresas: Pequenas e médias empresas, que já operam com margens apertadas, podem não sobreviver ao aumento de custos.
- Perda de empregos: Até 750 mil vagas de trabalho que poderiam ser criadas até 2026 estão em risco.
O Desafio da Indústria Nacional
O governo justifica o aumento do imposto como uma estratégia para fortalecer a indústria nacional de painéis solares. Entretanto, o setor ainda não está preparado para atender à demanda interna. Em 2023, a capacidade produtiva brasileira foi de apenas 1 GW, enquanto a demanda superou 17 GW. Essa lacuna coloca em xeque a viabilidade de depender exclusivamente da produção nacional.
Além disso, grandes projetos de geração fotovoltaica exigem equipamentos certificados e de alta qualidade, padrões que muitas indústrias locais ainda não conseguem atender. A impossibilidade de importar esses módulos pode levar ao cancelamento de projetos já contratados, gerando prejuízos financeiros e ambientais.
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Impactos Econômicos e Ambientais
De acordo com a Absolar, o aumento do imposto pode inviabilizar pelo menos 281 projetos fotovoltaicos, que juntos somariam 25 GW de potência instalada e R$ 97 bilhões em investimentos até 2026. Esses projetos seriam responsáveis por evitar a emissão de 39,1 milhões de toneladas de CO₂, além de gerar empregos e impulsionar o crescimento econômico.
Sem alternativas viáveis, o Brasil pode abrir mão de benefícios sociais, ambientais e econômicos em troca de uma política que, até o momento, não oferece garantias concretas de fortalecimento da indústria nacional.
A Cadeia de Trabalho do Setor Solar
O setor solar no Brasil é altamente dinâmico, englobando atividades como distribuição, instalação e manutenção de sistemas. Para cada 30 empregos gerados na cadeia, apenas dois estão relacionados à fabricação de equipamentos. Isso significa que o aumento da alíquota afeta diretamente os segmentos mais robustos, comprometendo a geração de empregos em larga escala.
Uma Decisão de Longo Prazo
O governo acredita que o aumento do imposto impulsionará o mercado nacional, incentivando o crescimento da indústria local. No entanto, especialistas defendem que políticas públicas mais bem fundamentadas e previsíveis são essenciais para garantir avanços sustentáveis.
Com um imenso potencial para liderar a transição energética, o Brasil precisa de estratégias que incentivem, e não dificultem, a adoção de tecnologias renováveis. Decisões como essa reforçam a necessidade de diálogo e planejamento que considerem os impactos de curto e longo prazo, garantindo um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade ambiental e a justiça social.